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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Downloadeando - Pedro II: A Suíça Luís-Correiense


O Festival de Inverno já está no calendário e no coração dos seus já assíduos frequentadores. Nós, turistas desta época, despejamos rios e rios de dinheiro por lá com gosto, afinal existe algo diferente naquela cidade que, sinceramente, não sei explicar. Suspeito ser por estar sempre nas calçadas onde parte de minha família nasceu e cresceu, apesar de não ser de lá me sinto 'em casa' vendo os lugares onde minha família chorou, riu, estudou, rezou, essas coisas. Além de tudo isso, falar do que a cidade apresenta é chover no molhado: Trilhas incríveis, cachoeiras maravilhosas, turismo rural lindo, a oportunidade de ver - ou comprar - jóias feitas a Opala com a maior qualidade do mundo e, de quebra, poder curtir sempre um Festival de Inverno riquíssimo em atrações musicais de todos os gostos, proporcionando shows inesquecíveis para os fãs. A cidade pulsa, respira, vive esperando esta época do ano e, não só ela, como também os já milhares de turistas que vão para a cidade.

A cada ano a quantidade de turistas só aumenta, o que é natural a medida que o Festival de Inverno se populariza mais. Com o aumento da quantidade de turistas aumenta também a quantidade de dinheiro que entra dentro da cidade. Por exemplo, calculando por alto: A cidade recebeu este ano por volta de 30.000 turistas. Se cada um destes tiver deixado 200 reais na cidade entre alimentação, bebidas, pousadas, aluguéis de casas e visitas a pontos turísticos - o que é um valor bem hipotético e arredondado, visto que há quem gaste muito mais e muito menos - se deixa em Pedro II em apenas 4 dias SEIS MILHÕES DE REAIS, totalmente jogados dentro do comércio local, isso sem citar os incentivos públicos municipais, estaduais e federais, além do investimento privado dentro do Festival. Em resumo, é um caminhão de dinheiro que entra na cidade e, sinceramente, não se vê retorno.

Porém, amigos, nem tudo são flores. O atendimento, na maioria dos estabelecimentos, continua péssimo. Dos garçons aos donos de lanchonetes, padarias, restaurantes e afins, parece que eles não gostam de turistas por lá, o despreparo principalmente dos atendentes é visível, de não saber, por vezes, o preço dos produtos que eles mesmos vendem. A necessidade de hotelaria é iminente, as pessoas brigam por vagas em hotéis e pousadas de péssima qualidade, sem ar-condicionado ou banheiro decente e pagam até 1.000 reais por 4 dias de estadia, segundo relatos de usuários das pousadas no Twitter. A cidade já começa a dar sinais claros de que não suporta receber tantos turistas, já se falta energia com certa frequência em alguns locais da cidade pela alta quantidade de visitantes, não soube relatos de falta d'água, isso não faltou, sem falar nos congestionamentos quilométricos para se locomover, com direito a mais de 2 horas para conseguir se sair da cachoeira de salto-liso por pura desorganização, falta de sinalização e apoio de meios competentes para auxiliar no desafogo de uma estrada de uma única via com milhares de pessoas chegando e saindo ao mesmo tempo. Claro que sempre há exceções, lugares que lhe tratam como um Rei, que lhe atendem e lhe dão tudo que precisa, não vou citar nomes nem para criticar nem para elogiar, quem for ao Festival tira suas próprias opiniões dos estabelecimentos. Um grande amigo meu definiu tal fato como a 'Luís-Correiação' de Pedro II, alusão a Luís Correia, outra cidade que recebe uma quantidade absurda de turistas há décadas e, até hoje, não consegue oferecer sequer serviços básicos de qualidade a seus visitantes. O que quero dizer é que vemos que o dinheiro está entrando na cidade, vemos a economia pulsando, vemos pessoas deixando seu rico dinheirinho por lá e não vemos a cidade crescer proporcionalmente de acordo com tais.

Este texto é um apelo, um adendo, um aviso para todos nós, fiéis visitantes, possamos cobrar com voz altiva nossos governantes, que não deixem que Pedro II se transforme na nova Luís Correia, uma cidade sem condições de receber a grande demanda de pessoas loucas pelo festival. Que invistam corretamente na cidade, procurem especializar os comerciantes para fazer com que cada dia mais e mais pessoas queiram estar lá durante os quatro dias de espetáculo, que estruturem a cidade incentivando o empreendedorismo nas pessoas de lá para que ofereçam mais opções de pousadas, hotéis, chalés e etc, que invistam na cidade, de verdade, para que não falte o básico do básico para que nós turistas possamos realmente aproveitar TUDO que a cidade possa oferecer. Assim, quem sabe, evitem situações constrangedoras, pitorescas e ridículas como as merecidas vaias que todos na praça deram ao Senhor Governador, sua Primeira Dama e os centenas de papagaios de pirata que subiram no palco para os supostos levar louros da vitória, mas levaram uma sonora crítica por tudo que o mesmo não tem feito dentro do nosso estado.

PS1: Esta postagem é de total responsabilidade deste que vos fala, o Agenda Cultural de Teresina não tem qualquer interferência sobre a mesma;

Ps2: Não estou falando mal da cidade, muito menos a ridicularizando. Então leiam isso como um apelo para que as coisas realmente melhorem por lá.

PS3: Siga-me em @willameee.

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