Quando o número 13, considerado azarento, cai numa sexta-feira, temos a mais popular superstição entre os cristãos: o dia do azar, quando é aconselhável não passar por baixo de escadas ou cruzar com gatos pretos. Bebido nas lendas nórdicas, mas com grande apelo católico, afinal Jesus foi crucificado numa sexta-feira após o banquete com treze pessoas, esse peculiar dia do mês alimenta fantasias arrepiantes e faz muito gente pegar o ônibus cedo para chegar logo em casa.Mas enquanto ele não vem, você pode correr a passos desconfiados para o Teatro de Arena, na Praça da Bandeira, e conferir a peça “O Defunto”, apresentado pela Cia. de Dramas e Comédias dentro da programação do projeto Enquanto o Ônibus não Vem, realizado pela Prefeitura de Teresina por meio da Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves. Nada mais apropriado para o dia em questão, a peça começa a ser encenada a partir das 17h.
“O Defunto” trata-se da adaptação de um dos segmentos de “7 Impromptus à Loisir”, peça escrita em 1961 pelo francês René de Obaldia. Na esquete, a viúva Julie tem um encontro casual com Madame D’Trepá, sua amiga e amante do seu falecido marido, Victor. Entre segredos trazidos à tona pelos diálogos das duas mulheres, junto às peripécias do defunto, os desdobramentos gerados pelo encontro chegam a ser tão inesperados quanto horripilantes.
Exercitando o teatro do absurdo francês, cuja principal característica é o rompimento com a linearidade aristotélica (há uma quebra das três unidades: ação, espaço e tempo), a Cia. de Dramas e Comédias traz um espetáculo rápido e surpreendente, exigindo das atrizes, no caso aqui Lari Salles e Carmen Carvalho, um verdadeiro tour de force. “O Defunto” certamente vai surpreender você e levá-lo a ficar sentado no banco até o final, com muitos sustos e risos. Mas não se preocupe: pior que a sexta-feira 13 é o sábado 14.
FONTE: FCMC
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