Gosto de cinema. Vejo a maior quantidade de filmes que posso, mesmo aqueles que já entro no cinema ou dou play no DVD ou Media Player Classic sabendo que não deveria ver. Não assisto filme com olhar arrogante de um crítico de cinema, vejo o filme de acordo com o grau de necessidade. Por exemplo, não entrarei no cinema pra assistir algo como 'Transformers' com a cabeça de quem vai ver 'O Menino do Pijama Listrado', logo acabo me divertindo tanto vendo blockbusters quanto um filme de difícil trago, desde que sejam bons filmes ou por uma sensacional história ou por efeitos especiais de cair o queixo. Mas, no fim, são poucos filmes que marcam de algum modo, um destes é um filme francês de 2007 chamado 'O Escafandro e a Borboleta'.
O premiadíssimo filme conta a história real de Jean-Dominique Bauby, editor-chefe da Revista Elle, um homem que sempre viveu a vida em seu máximo, desde noitadas regradas a muito vinho e comidas caras a encontros tórridos com as mais belas mulheres da França. Porém seu modo de vida extravagante acabou lhe tirando o direito de viver como antes por conta de um derrame fulminante enquanto dirigia ao lado do filho. Bauby ficou em coma por alguns dias e, ao acordar, foi diagnosticado como portador da 'Síndrome do Encarceramento', mal que se dá quando, após um derrame, a pessoa cai em um estado vegetativo total e irreversível, porém mantendo toda a consciência. No caso de Bauby sobrou-lhe um alento: a pálpebra esquerda, única parte do corpo que era capaz de mover. E foi através desta pálpebra e de um método desenvolvido por sua fonoaudióloga que ele conseguiu 'escrever' seu livro, best-seller em todo o mundo, contando sua vida e o modo como passou a ver o mundo. O filme é uma adaptação da obra concebida por Bauby, que faleceu poucos dias após sua publicação, que traduz-se bem pelo nome: O Escafandro, aquelas vestimentas de mergulho do início do século XX que eram pesadas e de difícil mobilidade, traduziam o estado corporal de Bauby. Já a borboleta revelava a mente pulsante, vivente e liberta que ele tinha mesmo após o derrame. Seguramente é um dos filmes mais bonitos, bem feitos e marcantes que vi ao longo de minha até então curta vida e, assim como todos os filmes que marcaram, possui uma trilha sonora digna de aplausos de pé e foi através da trilha que conheci o Ultra Orange & Emmanuelle.
Emmanuelle Seigner é uma conceituada atriz e cantora francesa, além de ex-mulher do polêmico diretor Roman Polanski. Gravou um único disco com a banda 'Ultra Orange', formada por Pierre Emery e pela bela Gil Lesage. O disco chamado apenas de 'Ultra Orange & Emmanuelle' foi extremamente elogiado na Europa e comparado de igual para igual com Sonic Youth até mesmo a Brigitte Bardot. Presente na trilha sonora de 'Escafandro e a Borboleta' com a lindíssima 'Don't Kiss Me Goodbye' o álbum é um mix de folk, indie, pop, grunge, apimentados pela voz sensual de Emmanuelle Seigner. Unindo a acordes bem trabalhados e depressivos, este disco é extremamente marca tanto pelo fato da aura triste quanto pelo tom de rebeldia na voz de Emmanuelle.
Enfim, neste post eu estou literalmente recomendando duas coisas a vocês, leitores: 1 - Assistam 'Escafandro e a Borboleta' sem economizar sentimentos, é uma experiência linda e 2 - Ouçam o Ultra Orange & Emmanuelle. Segue abaixo um vídeo da música 'Don't Kiss Me Goodbye', além do download do disco.
ULTRA ORANGE & EMMANUELLE
Para fazer o download do disco clique aqui.
1 - Sing Sing
2 - Simple Words
3 - Rosemary Lullaby
4 - Bunny
5 - Lines of my Hand
6 - Touch my Shadow
7 - Don't Kiss Me Goodbye
8 - Won't Lovers Revolt Now
9 - Nobody Knows
10 - The Good From The Bad
11 - One Day
Ps1: Agradeço a pessoa que, indiretamente, me mostrou esta música em um post aleatório de Fotolog. Através dela me empolguei pra, finalmente, assistir este filme. Tanto esta música quanto o filme significam muito.
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