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sexta-feira, 7 de setembro de 2012

A revolta dos sem-cota e a mesquinhez humana


A humanidade ainda me surpreende, o problema é que, sempre que isto acontece, pode ter certeza que surpreende para pior. A mesquinhez do ser humano de no geral pensar primeiro em seu próprio umbigo para, quem sabe, um dia pensar no próximo me enoja diariamente. A nova prova do que estou falando está em um grupo no Facebook intitulado 'Movimento contra 50% de cotas - Teresina' (para ter acesso clique aqui).

Antes de mais nada, peço para que leia este parágrafo com atenção antes de julgar qualquer tipo de critério, vamos lá: Eu não sou favorável ao extremismo de cotas, como por exemplo cotas raciais, cotas para mulheres, cotas para homoafetivos, cotas para religiões ou qualquer tipo de cota que não sejam cotas sociais, não acredito que um negro, índio ou gay mereça privilégios em um certame por ter a pigmentação de pele escura, por ser o dono destas terras ou por gostar de pessoas do mesmo sexo, isso não os faz melhor nem pior do que os outros, logicamente não os fazem merecedores de privilégios, o que no geral é o que eles também querem. Só que quando o assunto são as cotas sociais, não há o que discutir.

Tive acesso a este grupo hoje e confesso que fiquei assustado com a limitação de pensamento dos jovens adolescentes que protestam contra tais cotas. Vivemos em um país livre onde todos têm o direito garantido na constituição de reunir-se em protesto e criticar o que for necessário, mas vamos aos pontos que quero abordar. Irei fazer tal retirando alguns conteúdos postados pelos jovens revoltados com o sistema de cotas e dar minha opinião, recomenda-se discrição ao ler:

"Temos que mostrar que somos o futuro desse país e não números nas estatísticas!"
Eles, os jovens que tiveram todas as oportunidades do mundo de estudar nas melhores escolas graças ao esforço, ou nem tanto, dos pais em custear seu ensino, pagar por bons livros, uma professora particular, reforço escolar, e todas as outras maravilhas que o dinheiro pode dar. SOMENTE eles podem ter o direito inalienável de se considerar o 'futuro', os desafortunados que não tiveram tais oportunidades devem seguir como 'dalits', sendo a poeira dos pés daqueles que por ventura tiveram boas chances na vida.
Um ponto importante ao se tratar é a frase 'não números nas estatísticas'. Tudo bem, vamos aos números: Segundo o último censo escolar, realizado em 2010 pelo MEC (para ler, clique aqui), existem hoje 51,5 milhões de brasileiros matriculados em escolas ao longo do Brasil. Dos quais, pasme, 85,4% estudam em escolas públicas. Ou seja, apenas 14,6% da população de estudantes brasileiros pode ser considerada o futuro deste país, os demais podem contunuar quebrando pedra, levantando saco de cimento ou roubando pra fumar crack por aí.

As pessoas da escola publica nao reprovam por falta, entao é muito simples um pai ir la e matricular o filho em alguma escola publica no turmo da manha, por exemplo, e a noite matricular na particular.
Tomei a liberdade de conversar com um amigo, professor da rede pública municipal, para perguntar se esta notícia é verdadeira. Por pedido do mesmo não usarei o nome dele aqui nem da escola onde trabalha, mas vamos lá: "Esta frase é uma completa inverdade, nós como professores precisamos passar relatórios cuidadosos e criteriosos ao MEC sobre a frequência escolar de todos os nossos alunos, principalmente porque a frequência escolar contribui para programas de apoio ao aluno como Bolsa Família e futuramente ao acesso a programas como PROUNI e FIES".
Ou seja: É ABSOLUTAMENTE necessário que o aluno estudante de escola pública tenha sua frequência correta e acompanhada, pois a mesma contribui irrestritamente para as chances do aluno de conseguir algum benefício. Obviamente que neste país existem falhas, mas ainda é melhor acreditar na idoneidade das pessoas do que na má conduta. Por fim, uso exemplos de minha vida toda estudando em escolas particulares, onde a coisa mais comum de ver era estudante fraudando atestado médico para não fazer prova, alunos subornando bedel para facilitar na cola nas provas, pais de alunos exigindo que o mesmo seja aprovado mesmo com a ineficiência do filho ao longo do ano letivo (eu vi isso em uma das melhores escolas do estado), entre outras.

"Quem não entra pelas cotas se esforça mais que os alunos de rede pública, pois é com os alunos de rede pública que ele compete. Alunos esses a maioria, desculpem a palavra, completos vagabundos"
Eu queria apresentar a pessoa que falou isso o médico da minha avó. O mesmo vivia pedindo comida para minha vó quando ela ainda morava em Pedro II, foi quando um dia ele foi lá pedir dinheiro para comprar um caderno e um lápis pois queria aprender a escrever e sua mãe não tinha condições de lhe dar. Minha vó prontamente o atendeu e seguiu o ajudando ao longo da vida. Hoje ele é médico, formado pela UFPI, e retribui o carinho de minha vó sendo seu médico. É de uma asquerosidade tão grande um comentário deste que me dá nojo. Todas as pessoas que conheci nessa vida e estudaram em escolas públicas são pessoas boas, honestas, corretas, batalhadoras, que galgam seu espaço do jeito que for necessário. Triste é que, em sua maioria, conhecedores de sua situação, aceitam a condição de vida que possuem e param de sonhar, se satisfazem com o pouco que tem. É muito fácil um estudante de um Dom Barreto ou Santa Maria Goretti falar um absurdo desses sem nunca ter conhecido e convivido com pessoas da escola pública, afinal durante toda vida só foi cercado de arrogância, mesquinhez e egocentrismo vindo de sua família, amigos e parentes. Talvez a imagem que ele tenha de um estudante do ensino público seja aquele que só vai pra escola por causa do lanche grátis, que está pensando a todo tempo no que roubar, e o tipo de pessoa que no geral os pais dele fecham o vidro de sua Honda CR-V pelo simples fato de passarem suados ao lado do carro voltando a pé pra casa.

"Acho 10% um numero justo de cotas enquanto o sistema publico de ensino continuar uma merda."
Justíssimo. Existem 85,4% de estudantes nas escolas públicas, sem condições de competir em pé de igualdade com esta pessoa, e estes só podem ter direito a 10% do ensino, enquanto ele, pertencente aos 14,6% restantes abocanham quase 90% das vagas, no geral, em cursos como Medicina, Direito, Engenharia, e outros em que tiveram a boa sorte de se preparar como se deve. Sim, eu concordo em um ponto: Cotas são medidas paliativas e que servem para 'tapar o sol com a peneira', o problema é que não se há uma esperança de pelo menos nos próximos 10 anos de alguma melhoria, principalmente pela falta de zelo que o governo cuida de sua educação. Lembra do meu amigo professor da rede pública municipal? Ele ganha 950 reais bruto do estado, com os descontos fica com uns 810 reais, provavelmente bem menos do que a pessoa que falou a frase acima ganha de mesada para comprar camisas da Hollister, comer no McDonalds todo dia e sair pro Cenário ou pra Box 23 todo fim de semana.

"Dia 7 de Setembro Teresina vai sentir o gosto do Toddynho, galheeeera!"
Este é o nome do movimento, segundo alguns de seus membros: 'Movimento do Toddynho'. Eu não sei o sentido disso, provavelmente é uma alusão ao Toddynho ser bebida de gente mimada. Faz todo sentido. Se o Away tivesse por aqui diria algo mais áspero sobre essa geração 'criada a base do leite com pêra e do Ovomaltine'

"Colégio Particular? Estudo sim {!} Mais (sic) não por ser filha de rico , e sim por não ter escolas públicas que me der um suporte para atingir o meu maior objeitivo"
Ao invés de protestar pelo sistema de cotas, a pessoa poderia pegar este tempo livre e estudar um pouco mais sobre a regra do uso do 'mas' e 'mais', geralmente essas coisas caem no vestibular.

"Se ser burguês é lutar por mais igualdade, por melhorias na educação e não ficar calado perante as injustiçãs desses país? SIM EU SOU BURGUESA"
"Vai no cabeleireiro, na esteticista..."

"Damos duro por nossos sonhos. Cumprimos uma carga horária pesada, que no meu caso é de 13:20 as 20:50. Sem falar nos sábados, dia em que temos aula de 07:30 as 12:35. Acha muito? E se eu lhe disser que isso é estimando por baixo, pq temos LOGOS (60 questões) ou ENEM (90 questões) quase todos os sabados a tarde. Alguns de nós ainda frequentam plantões tira-dúvidas e aulas em cursinhos. Enquanto um aluno de escola pública tem menos de 10 materias, nós temos mais de 20."
Verdade, eu conheço como funciona o ritmo alucinante do ensino médio no Dom Barreto. Eles sugam até nossa alma com tanta matéria para estudar. O problema? É que dá certo, você realmente aprende! É obrigado a estudar muito, acumular muita informação, ter o tato de saber lidar com algum problema complexo, perfeito. A questão é, isto não o faz melhor ou pior que ninguém. Na escola pública eles não têm matérias como Latim, Xadrez, Inglês, Espanhol, três matérias de física, química, matemática, etc. Eles não possuem isso, esse preparo. Eles trabalham com um ensino atrasado, inferior, sem tanta capacitação e no geral sangram para atingir a média 6, enquanto os alunos do Dom Barreto tiram, no geral, de letra a média 7,5 e sempre dão show nos vestibulares. Mas é esse o ponto básico da discussão das cotas, É EXATAMENTE POR ISSO QUE ELES MERECEM O SISTEMA DE COTAS, por não ter esta cobrança, esta chance, muito menos 750 reais por mês entre mensalidade/lanche/cursinho no CEV/entre outros.

"Se ser burguês é enfrentar tantos obstáculos pelo simples sonho de poder passar no vestibular em uma pública, sim eu sou burguesa."
Parabéns por ter sonhos. No geral alunos de escola pública não os possuem, sequer almejam algo. Se é duro pra você, imagine pra quem não tem com o que comer? Pra quem vive em uma vila, uma favela, que é filho de pais roceiros, que veio morar em Teresina sozinho e vive o risco de morar em uma Casa do Estudante da vida? Que muitas vezes deixa de comer algo legal para comprar um livro, que assim como você perde horas de sono estudando e tentando. Se é difícil pra você que se considera burquesa, amiga, imagine pra quem não tem 10% do que você possui.

"Galera,estamos em época de eleição, qual o candidato da elite que não gostaria de apoiar esse movimento e ganhar uns votos?"
São 85,4% dos estudantes de escola pública e só 14,6% dos estudantes de escolas particulares. Se você encontrar algum imbecil que, em época de eleição, vire as costas para quase 86% da população local me avise, quero dar o troféu 'Refeição da porca' ou 'Prêmio suicídio político 2012'. Mas o mais incrível é essa segregação do 'CANDIDATO DA ELITE', é de dar vergonha.

"Queria pedir pra fulana de tal nos ajudar nesse movimento, se ela compartilhar dos nossos objetivos.. E pedir, que ela fale com o Cássio (candidato a vereador de Teresina), pra que ele responda a inbox"
Eu não estou aqui discutindo os ideais políticos do candidato Cássio Borges, a qual não concordo pelos meus motivos. Mas seria interessante ver um candidato a vereador que veio de Bocaína-PI, lugar onde não teve todas as condições financeiras de educação dos protestantes, que estudou a vida toda na rede pública, que teve que ralar 10 vezes mais do que um estudante do Dom Barreto para entrar na UFPI, defendendo essa causa, principalmente porque uma das maiores bandeiras de campanha do Cássio é justamente a inclusão das classes baixas ao ensino público superior de qualidade. Como? Isso mesmo, cotas.

"Por que abrir essas cotas ? por acaso o ensino da escola pública não é qualificado?"
Bingo!

"Quero saber como alguém com nota tão baixa vai ter base, e ainda mesmo determinação, para fazer um bom curso."
Realmente, também quero saber o que esta escória quer com a vaga deste cara. Que direito eles pensam que tem? Eles não são capazes, eu sou Eles não são inteligentes, eu sou. Eles não tem a menor chance comigo, eu sou bom, eu sou isso e aquilo. Meus parabéns, meu camarada, recomendo usar sua inteligência para inventar a máquina do tempo, provar que é possível voltar ao passado, e institular o nacional socialismo aqui no Brasil.


Enfim, usei este pequeno aparato para mostrar uma ideia central: A segretação. Eu sei, não parece, mas leia com atenção, vá na comunidade e veja com bastante cuidado que há, sim, uma segregação natural ali. Por fim, depois de ler tudo que li, depois de um tempo lendo, tudo que conseguia ler era ''Blablabla quero minha vaga blablabla eles não são melhores que eu blablabla tou nem aí pra ninguém blablabla foda-se estes pobres".

Enfim, peço um pouco de consciência a quem pensa em apoiar esta abominação intelectual, este absurdo social e este estupro ao bom senso humano, esta agressão física ululante, este escárnio mental dito por muito do que foi colado aqui. Como falei, todos tem direito de pensar e lutar pelo que querem, mas vamos ter consciência e pensar um pouco mais no vizinho, não apenas nos nossos lindos e amáveis umbigos tratados com tanto carinho pelos nossos pais e mães.


Ps1: Não tenho nada contra A ou B que têm suas ideias, estou aqui dando minha opinião no meio de comunicação que me permito usar, então se você me conhece e é contra tudo que eu falei, não leve pro lado pessoal, use argumentos válidos.

Ps2: siga-me em @willameee



14 comentários

Iasminne Fortes disse...

É muito fácil pegar comentários aleatórios pra julgar. Todos que conhecem o real sentido do movimento, entenderá que eles não são contra as cotas, mas contra os 50% das mesmas. Esses 50% de cotas não vão ajudar a melhorar a educação do nosso país.

Roniel disse...

Pessoal, é com prazer que convido vocês a discutirem os vários pontos de vista em relação às cotas no grupo: http://www.facebook.com/groups/400054026716498/

Unknown disse...

Esse autor é um babaca

joao vitor disse...

Só fazendo papel de "herói do povo" pra esse blog ter mais de uma dezena de visualizações... o que o governo quer com essa quantidade enorme de cotas é mostrar resultados de que o ensino médio público funciona, logo diminui-se pressões internas e externas e ele deixa de investir ainda mais no ensino superior público e abandona de vez o ensino médio... a única opção de ensino superior de qualidade será particular e este irá ser superfaturado,logo gerará uma catástrofe social em que dois profissionais recém formados terão caminhos totalmente diferentes, em que um será infinitamente mais preparado que o outro, não pela capacidade de cada um, mas pela qualidade de ensino que lhes foi ofertado... queremos DIMINUIR a porcentagem de cotas(medida a curto prazo) e exercer pressão sobre o governo para melhorar o ensino público(medida a longo prazo)

Ernane Pedro Matos Barros disse...

Olha como integrante da comunidade Dom Barretana venho por meio deste mostrar minha indignação perante tal matéria que não mostra em nada a real intenção do nosso movimento. Não somos 'ricos' querendo contrapor medidas governistas, somos cidadãos como quaisquer outros e achamos uma injustiça o governo usurpar nosso direito a Universidade pública que deveria ser igual a dos outros.Tenho plena consciência de que vivemos em um pais desigual, que tem um governo que ignora a educação pública e por esse motivo criamos o movimento. Não somos contra as cotas sociais(a dos estudantes de escola pública) e sim contra as raciais que são extremamente erradas, preconceituosas e claramente não passam de medidas eleitoreiras, o Brasil todo entrou na campanha por isso decidimos aderir também, não pela extinção total das cotas e sim para que o governo estipule metas para melhorar a educação pública o que acarretará numa futura( mas distante) equiparação dos níveis de ensino tanto do ensino público como do privado gerando a extinção das cotas. Mas como já dito anteriormente 50 % é um completo exagero e as cotas raciais são completamente desnecessárias.

Danilo Paz disse...

O conceito de ações afirmativas data de muito tempo, mas ganhou sistematização mais recente com a jurisprudência norte-americana, em especial o caso Bakke (1976) e o caso Bollinger (2003), relativo ao acesso a faculdade de Direito estadunidense. Nesses dois casos, a Suprema Corte daquele país – amparada no princípio da proporcionalidade alemão - entendeu que, para se assegurar com justeza tal tipo de ação antidiscriminatória, faz-se necessária, cumulativamente, a presença de três requisitos: a) imperativo interesse do governo (necessidade), b) programa desenhado sob medida para o fim visado (adequação) e c) prova de que aquele fim não teria como ser alcançado a não ser por aquele meio (proporcionalidade stricto sensu ou razoabilidade). No caso da Lei 12.711, o último requisito não é contemplado: contrariando a ética maquiavélica, os fins não são justificados automaticamente pelos meios. Há outros meio menos danosos para a sociedade que os almejados com as cotas de 50%. Infelizmente para os governantes, esses meios são, em geral, normativizados em direitos sociais, que exigem uma prestação por parte do Estado (direitos fundamentais de status positivo, na classificação de Jellinek), tais como: educação, cultura, lazer etc. O Estado, embora tenha uma das maiores arrecadações do mundo, não investe nesses setores sociais básicos e, como atalho, quer fazer o mais fácil: obrigar as universidades públicas a abarcar o contingente de despreparados (de modo geral, embora existam as notórias exceções) que se formam nos bancos decrépitos das escolas públicas. Almeja, com essa atitude populista, adiar o problema, fazendo gentileza com o chapéu alheio. Por medidas muito menos farsescas, nos indignamos ao assistir os noticiários sobre Hugo Chávez, Morales e congêneres. Para Dworkin, em sua obra Levando os Direitos a Sério, medidas desse quilate servem apenas para criar o que chama de discriminação reversa, em que os outrora discriminantes passam a ser discriminados; e tudo por um punhado de votos em época de eleições.
Acredito sinceramente que o autor do texto (não o conheço) esteja recheado de boas intenções, já que demonstra preocupação com o destino dos menos favorecidos. Acho isso louvável, demonstra uma empatia que já não se encontra em qualquer esquina. Infelizmente, situações complexas devem ser vistas de forma complexa, e boas intenções não são suficientes: falta-lhe conhecimento de como resolver a situação de modo sustentável a médio e longo prazo.

Plínio Marcus disse...

Fico feliz que ainda exista vida inteligente quando leio um texto assim...

Larissa Bianca disse...

ri muito, atitude super madura a desse jornalista de querer rebater adolescentes, quer tanto provar que o movimento é infantil sendo que ele é o mais infantil de todos, é de rir mesmo!

Pelé disse...

Fazendo uma breve analogia com o futebol, vamos supor que vc jornalista,
crítico da "mesquinhez humana", fosse o técnico da seleção: quem você colocaria
no seu time? Messi ou Grafite?
Claro que vc colocaria o Messi! Porque?
Porque ele é branco ou negro? Por causa da sua origem? Porque ele é rico ou pobre?
Não! Porque ele é bom! E isso é um mérito dele, que ele conseguiu através do seu
esforço e dedicação, e portanto merece ser reconhecido!
Ele MERECE uma vaga na seleção! É a LEI DA MERITROCACIA!
Uma seleção com os MELHORES JOGADORES, com certeza, chega mais longe do que com medianos!
O mesmo serve para as universidades!
Já que não existem vagas para todos, nada mais JUSTO que essas sejam os que conseguiram
o melhor desempenho, não concorda?
Quem não se lembra de como a imprensa caiu em cima do Dunga na copa de 2010 quando
ele não convocou Neymar e Ganso? Qual não seria a indignação de todos se vc colocasse
o Grafite no Lugar do Messi?????? Se a educação brasileira fosse vista com a mesma lógica e
seriedade que o futebol, nós chegariamos muito mais longe.. Mas eu entendo que o
sistema educacional brasileiro é muito mais complexo que uma seleção de futebol


E Eu concordo com você que no meio daqueles que vc generaliza e insulta de
"estudantes de elite mesquinhos", muitos estejam preocupados apenas com o própio umbigo,
com a sua vaguinha pra medicina e sua entrada pra federal que vai ficando "exageradamente"
cada vez mais afunilada! Porra, 50%??????
20%, 30% já não era o suficiente pra inclusão social????
Será que vc não percebe a sua ingenuidade ao ignorar que isso seja apenas uma manobra
política para conseguir agradar a massa em um ano de eleição?????
Vc não percebe que ao insultar aleatoriamente (e sem propriedade) milhares de estudantes
vc está apenas fzndo o que eles querem?? Colocando alunos de particulares contra alunos
de escola pública e virse e versa, desfocando o verdadeiro alvo de críticas, o governo!!!!
Existem INÚMERAS formas de se conseguir inclusão social, porque não se investe em inclusão
no ensino de base? Será que é porque o ensino de base não vota???

Os alunos do IDB, e de tantas outras escolas particulares, defendem sua vaga sim,
porque diferente do que vc pensa, a vida deles não é um conto de fadas, a mensalidade deles
não cai do céu, ninguém ali ganhou na loteria não!
Eles VIVEM para estudar, com uma única ambição, uma vaga na universidade!
Sacrificam feriados, finais de semana, festas, diversão, lazer, para estudar, muito!
E no final das contas encontram politícas públicas "afirmativas" que jogam no lixo
todo o seu esforço.. o seu mérito educacional é deixado de lado, submisso à sua cor de pele
ou a condição financeira de seus pais.
Esses alunos não pedem a diminuição dessa porcentagem porque são mesquinhos, ou de elite
(a maioria não é..), mas porque são humanos!!
Eu sei que a vida de alunos carentes é 9218729827982798272 mais foda, não tou querendo
comparar, pelo amor de deus..


Todos somos, todos queremos ter a nossa garantia de EDUCAÇÃO prevista na constituição.
estamos no mesmo patamar, do mesmo lado, não existe essa segregação alunos de particular
versus alunos de ensino público! É um direito de TODOS!
Todos estamos sendo privados de nossos direitos..
A discurssão é extensa.. Só queria dzr que vc está atacando as pessoas erradas, nem li
a reportagem toda, mas jornalismo de qualidade preza a imparcialidade #ficaadica

Patrícia Viana disse...

Se 85,4% dos estudantes são de escola pública, maior deveria ser a preocupação do governo em melhorar o ensino público. Eu estudei boa parte da minha vida em escolas particulares, mas dessas de bairro mesmo, e no 1º ano do ensino médio fui pro IFPI, na época ainda era CEFET. E meu pai, que ñ é nem um riquinho, e rala muuuuito achou melhor que eu voltasse p/escola particular, pois os meus professores faltavam muuuito, e alguns demonstravam completo desinteresse em sala de aula, e isso é pq o IFPi é referência. Todos temos direito ao ENSINO DE QUALIDADE, e acredito que dispensar 50% das vagas de universidades públicas p/alunos de escola públicas, siginifica coloca-los la de qqr forma. o governo ñ da subsidios p/que os alunos aprendam e fornece vagas em faculdades (PROUNI), financia cursos (FIES) e ainda vem com história de cotas 50% . Agora esses alunos e os pais ficarão muito felizes, e eu ñ os julgo, afinal qual pai ñ quer ver um filho cursando um curso superior?? e é ai que está. o governo se aproveita da nossa ingenuidade, do desejo imenso em que as coisas se resolvam logo e do modo mais fácil, afinal é mais fácil passar de qqr forma no vestibular amnha, do que lutar por uma educação pública de qualidade que consiga aprovar 85,4% dos alunos sem precisar de cotas. É DIREITO do povo um ensino público de qualidade e acho que esse 50% ñ representa melhoria na educação pública. Trata-se de mais uma uma "bolsa-esmola", como tantas outras que existem por ai, mas com outro nome. É a velha e boa política do pão e circo, mas em uma nova versão.

Clara Freitas disse...

Jornalista é? dando opinião pessoal? O autor foi infeliz ao querer apenas alongar o texto com suas críticas à alimentação de pessoas que ele nem conhece. Entre outras coisas o grupo foi feito para discutir, ser contra e não tentar ajudar o movimento a tomar um rumo (dizendo aí o autor...) é muito fácil, né? Falar mal é bom demais, ajudar é que dói, amigo.

Priscila disse...

Ótimo Post!

Ciro Monteiro disse...

Por que o movimento dos sem-cota, que apostam tanto no discurso da qualidade do ensino público, não fazem então um movimento em prol da escola pública? Se forem fazer, me convidem. Agora se for pra ficar só defendendo o próprio interesse é melhor pelo menos fundamentar melhor e não ficar com discursos pseudo-críticos para defenderem seus privilégios.

Flávio de Castro disse...

Para entender o movimento é necessário entender os que o fazem, as suas angústias, o contexto e as propostas. O que podemos tirar do atual cenário?

1.O movimento não tem preocupações em melhorar a educação pública (como alguns querem passar, tanto que se a ideia das cotas não vingarem, o movimento morre), apenas em garantir que haja mais facilidades em ter acesso à educação (talvez eu tivesse tal preocupação no ensino médio).

2. A longo prazo, cotas não são soluções, todos concordamos. Por isto, é necessário compreender um pouco sobre o educação no Brasil. O processo de massificação da educação na Brasil teve início na década de 90 e já atingiu seu auge, para tanto, muitos projetos foram importantes, como PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil), Bolsa Escola, Bolsa Família, FUNDEF (incorporado pelo atual FUNDEB), etc.

O desafio agora é melhorar a a qualidade do ensino. Em virtude disto, o Governo Federal está propondo dobrar os investimentos na educação, alcançando 10% do PIB, conforme o PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação). O atual plano, apesar de suas limitações, tem como eixo central a melhoria da qualidade na educação.

3. O esforço deprendido pelos últimos governos do Brasil democrático trouxe resultados, o problema é que temos de partir de uma base qualitativa muito baixa, portanto os saltos tendem a ser baixos. As parcas melhorias que tivemos não foram mais significativas pelo fato do "stablishment" neoliberal ter minado a economia nacional e consequentemente, minado os avanços nacionais por meio de especulação financeira e pressão sobre os governantes. Isto ocasionou: desestímulo ao capital produtivo, aos investimento sociais (edução, saúde, etc.),aos investimentos em infraestrutura (alto custo Brasil).

4. Os "avanços" (observem as aspas, por serem poucos) na educação brasileira têm demonstrado que o processo de melhoria é lento e gradual, algo que só pode ser alcançado a longo prazo. A questão é o que fazer com as pessoas que precisam desta melhoria no curto e médio prazo? Resposta: as cotas surgem pra isto. Uma vez que os atuais estudantes não podem esperar este lento processo, é preciso fazer algo pra "socorrê-las".

Obs.: a população brasileira (parte dela) está sim pressionando por melhoria na educação, estão lutando pra que seja investido 10% do PIB na educação. Dois distintos grupos de movimento estudantil (UNE e ANEL) defendem esta bandeira.

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