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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Downloadeando - A idolatria e o caça-níquel

Antes de mais nada quero deixar uma coisa bem clara: Eu gosto de Los Hermanos. O primeiro CD da banda foi provavelmente um dos primeiros álbuns que eu escutei a fundo lá nos tempos de infância-adolescência, na época do IRC, do Brasil tetracampeão, do governo FHC, do Palmeiras campeão da Libertadores e outras coisas. O disco foi devidamente apresentado a mim pelo meu velho amigo Valério Neto, vizinho daquela época. De lá pra cá pude ver diversos outros shows aqui e em outros lugares, pude ver a ascensão da banda a patamares nunca antes imaginados por aquele primeiro CD meio hardcore, meio ská, meio não-sei-o-quê. Pude fazer muitas amizades de verdade na temida comunidade do Los Hermanos no extinto Orkut, amigos que já conheci pessoalmente, que vivo e falo praticamente todos os dias e, claro, pude ver o crescimento daquele tipo de fã mais chato: O losermaníaco. Não entrarei em detalhes sobre isso aqui, apenas quero provocar uma pequena reflexão sobre mais uma 'volta' da banda.

Há aquele velho ditado que diz: 'Não se discute religião, política e orientação sexual', neste contexto também incluo a idolatria a algum artista. O fã, no geral, é aquela pessoa que é capaz de morrer pelos seus ídolos, não morrer no literal sentido da palavra, mas 'morrer de ansiedade' pelo tão sonhado dia do show, 'morrer de tristeza' por não ir ao evento por algum motivo, 'morrer de angústia' em saber se terá ou não a chance de ficar na frente do palco vendo seus 'formadores de opinião', é aquele cara que é incapaz de aceitar qualquer tipo de crítica, mesmo que construtiva, ao seus ídolos. E aí não importa do que estamos falando: Seja do Neymar, da Nicole Bahls, do Restart ou mesmo dos Beatles, do Dostoyevsky, do Parangolé, do Paulo Freite, da Cláudia Leite, não importa, não há racionalidade, razão ou senso crítico, o fã sempre vai puxar a sardinha pro seu lado.

E é em cima dessa idolatria que muita gente deixa de viver 'por amor a música' e passa a viver 'por amor ao dinheiro', aí os exemplos não faltam, então vou pegar apenas o exemplo do Los Hermanos: É muito provável que nenhum dos 'hermanos' se suportem mais, também é muito provável que talvez nem aguentem mais ouvir as próprias músicas ou talvez só queiram mesmo levantar uma graninha a mais para garantir a boemia por mais um ou dois anos, o certo é que, com certeza, Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante se divertem bem mais em seus projetos paralelos do que tocando 'Pierrô' ou 'Sapato Novo' por aí, quem pôde vê-los abrindo os shows do Radiohead ou tempos depois naquela mini-tour pelo nordeste sabe o que eu estou dizendo: show apático, melancólico, sem empolgação, sem graça para quem está no palco, totalmente diferente do semblante de satisfação do Amarante tocando no Little Joy ou no cuidado e requinte que o Camelo põe em seu trabalho solo. Sobre os outros dois não tenho muito a dizer, o Barba segue tocando hardcore por aí enquanto o Medina vive do seu blog e de ser o porta-voz do horizonte para os fãs.

Enfim, o que eu quero dizer com isso tudo é que existem sim muitos artistas que 'sambam na nossa cara', jogando com nossa paixão pelo trabalho deles, trabalho ao qual eles sequer suportam mais, para garantir um trocado a mais para manter-se como bon vivant frequentando a Augusta ou a Lapa com o dinheiro das nossas lágrimas e, após garantir o do ano, voltam ao limbo e ficam por lá provavelmente até o dinheiro acabar ou até a hora de comprar uma casa nova para morar com a namoradinha no Leblon. Não sei até que ponto ainda vai o amor destes artistas pelo seu próprio trabalho, mas sei que muito provavelmente, sabendo o tipo e a personalidade dos mesmos, estão rindo copiosamente dos comentários desesperados e emocionados de muitos dos fãs que nunca tiveram a chance de ver a banda de perto, afinal de 2007 para o provável primeiro show da mini-tour-caça-níquel-hermana já se passarão cinco longos anos com as músicas deles sendo polarizadas entre corredores de universidades, escritórios, centros culturais, sarais de poesia e por aí vai.

Resta ao povo saber dosar seu amor, não são todos que merecem o amor incondicional da gente, assim como uma pessoa que nos maltrata, maldiz, malquer. Façamos assim: Imagine isso tudo como aquela mulher/homem linda(o), sensacional, mas que não dá nenhuma bola pra você, mas que quer ficar com você talvez para fazer ciúme a alguém, para garantir algum tipo de vantagem sobre determinado setor. Pois bem, fique com ela, mas saiba que no outro dia você não poderá se apaixonar, não poderá ligar, não poderá sentir saudade, apenas saiba que foi legal e esqueça, vá viver sua vida e fique apenas com a lembrança, afinal esse carnaval já teve fim faz tempo.

Ps1: Caso seja confirmado o show aqui em Teresina farei questão de ir, quero até matar um pouco a saudade de quando eu realmente ouvia muito a banda, mas não morrerei se não puder ir.

Ps2: Peço um pouco de racionalidade aos verdadeiros adoradores, eu não fiz nenhuma ofensa a banda, a qual acho a frente de muito do material nacional que surgiu nos anos 2000.

Ps3: Discussões saudáveis, por favor.

Ps4: Siga-me em @willameee.

5 comentários

A-nanda disse...

Apesar das circunstancias e do que foi apontado aqui no post(concordo, eles não são mais os mesmos) continuo fã, porém não mais tiete que "morre" pelos seus idolos. Se parar pra pensar no que foi dito aqui, da uma tristeza nossos idolos de uma forma quase bem maldosa desprezam o "amor" dos fãs e ainda brincam com isso, é ser fã, tiete ou qualquer coisa do tipo não é fácil ou melhor não é pra qualquer um

\o/ moderadora disse...

Que nada, a culpa deles terem se separado foi da Maluca Magalhães, aquela pivete..eles nem queriam...

kkkkk to zuando...mais sou fã dos caras,mais especificamente das músicas.

Cynthia Osório disse...

Sensato texto. a idolatria é desnecessária em qualquer setor. A obra deles é mesmo incrível, seja qual for a (de$)motivação que os faça subir ao palco, continuará sendo. Válida reflexão!

ps.só vi um micro-show no finado Pipop, se eles voltarem aqui e por acaso eu não for, eu não morrerei tbm. só quase morrerei.rsrsrs enfim, ótimo texto!

Andréia Rocha disse...

Muito bom o texto, ótima linha de raciocínio. Também adoro a banda, e sempre ia pros showzinhos do ultimo romance aqui, pra "matar a saudade", acompanhar "algo parecido". Mas também vejo essa "voltinha" deles por esse lado, até pq eles não voltaram atras da decisão por ter dado valor, apenas estão pegando o gancho. Nós, trouxas, corremos atras, valorizamos, não pela atitude deles, mas pela música, um trabalho imortalizado, que vamos poder conferir de perto (fãs pensam mesmo assim), apesar de tudo que envolve isso (tudo que vc falou ;)

Rodrigo Siqueira disse...

Gostei..Gostei muito!

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